Everybody’s Changing é o exemplo da música em que tudo deu certo para a banda. O compositor trouxe uma idéia bruta acima da média, a banda trabalhou com competência nessa idéia, que ganhou uma letra caprichada e recebeu uma gravação à altura. É como se fosse um jogo de futebol, em que o time ganha de lavada por entrar coeso em campo, mesmo não sendo tão superior assim ao adversário.Everybody’s Changing tem então essa conjunção astral positiva, a começar pela a frase marcante de piano e a levada de bateria suave, mas pulsante. A entrada do vocal, afinadíssimo e com timbre tendendo para o agudo, engrandece ainda mais a composição, travando um duelo com o riff do piano dentro da dinâmica, em que, quando um entra, o outro sai. A harmonia é um caso à parte: em tom maior e sem dissonâncias, parece ser influenciada por música erudita, mas sem os excessos de um rock progressivo, o que a torna refinada e naturalmente agradável aos ouvidos. Para arrematar, a letra traz um certo ar nostálgico, que deságua num refrão “que prende”.É engraçado, mas o fato de o Keane ser uma banda comandada pelo piano — embora no último disco tenham dado uma guinada rumo a um som mais viril, digamos assim — revela muito do rock inglês. Sempre achei que uma das diferenças entre o rock britânico e o americano é o fato de os ingleses terem uma educação musical mais tradicional, voltada para o piano e o clássico, enquanto os americanos são mais crias do violão, da batida pulsante (herança do Blues). Obviamente, essa não é uma regra rígida: você pega os ingleses Led Zeppelin ou mesmo representantes do Punk 77, por exemplo, e vê que o que manda ali é o instrumento de cordas, é a pulsação. E, por outro lado, os americanos Brian Wilson e Rufus Wainwright são totalmente “do piano”.A banda inglesa foi formada em 1997, mas foi apenas em 2004 que Tim Rice-Oxley,Tom Chaplin e Richard Hughes lançaram seu primeiro disco junto com a gravadora Island Records, o Hopes and Fears.A estréia foi excelente, foi o segundo disco mais vendido no Reino Unido no ano e banda ainda venceu dois Brit Awards (Melhor Revelação Britânica e Melhor Álbum Britânico). Nada mal para uma estréia hein? Também foi bem recebido pela critica pelo belo piano que tornou-se característico da banda e criou grande expectativa para o próximo disco.Hopes and Fears tinha clássicos como "Somewhere Only We Know", "Everybody's Changing" e "Bedshaped".
domingo, 12 de agosto de 2018
Everybody’s Changing Keane
Everybody’s Changing é o exemplo da música em que tudo deu certo para a banda. O compositor trouxe uma idéia bruta acima da média, a banda trabalhou com competência nessa idéia, que ganhou uma letra caprichada e recebeu uma gravação à altura. É como se fosse um jogo de futebol, em que o time ganha de lavada por entrar coeso em campo, mesmo não sendo tão superior assim ao adversário.Everybody’s Changing tem então essa conjunção astral positiva, a começar pela a frase marcante de piano e a levada de bateria suave, mas pulsante. A entrada do vocal, afinadíssimo e com timbre tendendo para o agudo, engrandece ainda mais a composição, travando um duelo com o riff do piano dentro da dinâmica, em que, quando um entra, o outro sai. A harmonia é um caso à parte: em tom maior e sem dissonâncias, parece ser influenciada por música erudita, mas sem os excessos de um rock progressivo, o que a torna refinada e naturalmente agradável aos ouvidos. Para arrematar, a letra traz um certo ar nostálgico, que deságua num refrão “que prende”.É engraçado, mas o fato de o Keane ser uma banda comandada pelo piano — embora no último disco tenham dado uma guinada rumo a um som mais viril, digamos assim — revela muito do rock inglês. Sempre achei que uma das diferenças entre o rock britânico e o americano é o fato de os ingleses terem uma educação musical mais tradicional, voltada para o piano e o clássico, enquanto os americanos são mais crias do violão, da batida pulsante (herança do Blues). Obviamente, essa não é uma regra rígida: você pega os ingleses Led Zeppelin ou mesmo representantes do Punk 77, por exemplo, e vê que o que manda ali é o instrumento de cordas, é a pulsação. E, por outro lado, os americanos Brian Wilson e Rufus Wainwright são totalmente “do piano”.A banda inglesa foi formada em 1997, mas foi apenas em 2004 que Tim Rice-Oxley,Tom Chaplin e Richard Hughes lançaram seu primeiro disco junto com a gravadora Island Records, o Hopes and Fears.A estréia foi excelente, foi o segundo disco mais vendido no Reino Unido no ano e banda ainda venceu dois Brit Awards (Melhor Revelação Britânica e Melhor Álbum Britânico). Nada mal para uma estréia hein? Também foi bem recebido pela critica pelo belo piano que tornou-se característico da banda e criou grande expectativa para o próximo disco.Hopes and Fears tinha clássicos como "Somewhere Only We Know", "Everybody's Changing" e "Bedshaped".
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