segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Across The Universe! THE BEATLES!

Across the Universe foi uma canção lançada pelos Beatles no álbum Let It Be, composta por John Lennon.
Essa música foi gravada entre os dias 3 e 11 de fevereiro de 1968 e a primeira versão contou com um coro feminino de duas fãs que estavam na frente do estúdio em Abbey Road naquele dia. Uma delas era a brasileira Lizzie Bravo.
É também o titulo de um musical lançado em 2007 dirigido por Julie Taymor, mesma diretora de Frida, retrata os anos 60 e é recheado de guerras e paixões, ambientando toda uma época através da obra dos Beatles.

O roteiro do filme é especial para os fãs de carteirinha dos eternos garotos de Liverpool. A referência aos Beatles não está apenas na música, mas toda a história está atrelada à vida e obra dos componentes do grupo, todos os personagens nasceram de alguma canção dos Beatles. Jude, muito bem interpretado pelo inglês Jim Sturgess, é um garoto típico da classe operária de Liverpool que trabalha para ajudar a mãe e se diverte com a namorada em pubs, ouvindo rock and roll, enquanto Lucy é uma garota de classe média criada nos subúrbios, que vive num mundo de fantasia até a morte do namorado na Guerra do Vietnã.

Desde o início do filme as auto referências são marcantes: a banda que toca num ambiente idêntico ao Cavern Club se parece com os próprios Beatles no começo da carreira. Jude acaba indo para os Estados Unidos para tentar encontrar o pai que nunca conheceu. Um aviador americano que conheceu sua mãe nos tempos da guerra, algo bastante comum na época e que, ao mesmo tempo, é uma alusão à vida de John (embora Hey Jude tenha sido escrita por Paul para Julian, o primeiro filho de Lennon), que também foi criado sem pai. O improvável encontro entre os dois se dá através da amizade de Jude e Max, irmão de Lucy, que personifica a rebeldia dos anos 60. Aliás esse é o grande cenário da trama. O filme é um mosaico daqueles tempos: Pop art, psicodelismo, drogas, manifestações contra a guerra, comunidades alternativas, pacifismo, movimento dos direitos civis, tem de tudo um pouco, até um improvável casal de músicos formado por Sadie (Sexy Sadie) e Jojo (Get back), codinomes para Janis Joplin e Jimmy Hendrix.

Duas participações especiais são as de Bono e de Joe Cocker. Bono interpreta uma espécie de guru da contra cultura, algo entre Timothy Leary e Andy Wahrol, cantando I am the Walrus, enquanto Joe, apesar de não ter nenhuma fala, encarna um hippie, um mendigo e um cafetão na canção Come together, interpretada com sua inconfundível voz rouca. Como um todo, a performance dos atores cantando não deixa a desejar. Menção especial às interpretações de Something, Helter Skelter e Dear Prudence, com destaque para as vozes de Jim Sturgess e Dana Fuchs, que faz a cantora de blues e rock Sadie. Evan Rachel Wood e Joe Anderson são mais atores que cantores, mas nada que comprometa a qualidade do material. Outro fator que salta aos olhos é a beleza plástica de algumas cenas, com efeitos especiais ou não. As cenas do casal Jude e Lucy na água ou a viagem psicodélica no ônibus de dr. Robert (Bono) foram muito bem produzidas.

Across the universe é um musical para aqueles que torcem o nariz para o gênero; interessante para os beatlemaníacos ou para aqueles que conhecem apenas superficialmente o repertório do grupo. O fundamental é que a história de amor entre Jude e Lucy não cai na superficialidade de alguns enredos típicos de comédias românticas. Embora o projeto não fosse o de realizar um épico ou um drama de época, Across the universe consegue retratar com originalidade e uma certa poesia uma das décadas mais importantes do Século XX, em que a cultura pop foi definitivamente marcada pelo rock and roll, e especialmente pela música de quatro garotos de Liverpool.

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